Nossa Missão
Trazer Informações e Resultados Úteis para Criar Negócios Agroalimentares Resilientes para um Clima em Mudança
Nosso Manifesto para a Mudança
O Setor Agroalimentar: O Coração da Segurança Alimentar Global
O setor agroalimentar é uma pedra angular para a segurança alimentar global, influenciando diretamente a saúde, os meios de subsistência e o bem-estar de bilhões de pessoas em todo o mundo. Este setor produz aproximadamente um terço das emissões mundiais de gases de efeito estufa, cujo impacto ambiental se intensifica à medida que a população cresce e a demanda por alimentos aumenta. [1]
De acordo com a FAO, a agricultura inteligente, do ponto de vista climático — que enfatiza práticas de baixo carbono, a saúde do solo e a eficiência hídrica — é essencial para atingir os objetivos sustentáveis propostos no Acordo de Paris e garantir os recursos alimentares para as gerações futuras. [2]
Ao abordar as mudanças climáticas em países gigantes do setor agropecuário e alimentar, muitas empresas podem contribuir com as metas de desenvolvimento sustentável, atender às demandas dos consumidores por produtos ecologicamente corretos e se beneficiar de incentivos econômicos como créditos de carbono, benefícios fiscais e financiamento verde. Além disso, práticas sustentáveis reduzem riscos, atendem aos requisitos regulatórios e respondem às crescentes demandas do mercado, por produtos ambientalmente corretos.
Os Estados Unidos e o Brasil são atores críticos no setor agroalimentar global, responsáveis por uma parcela substancial das exportações de alimentos e emissões de gases de efeito estufa. Sua escala significa que investimentos que visam maior resiliência ao clima nessas regiões, têm o potencial não apenas de reduzir as emissões, mas também de salvaguardar a segurança alimentar global.

Estados Unidos
A agricultura é responsável por cerca de 10% do total de emissões de gases com efeito estufa nos Estados Unidos, sendo a pecuária e o uso de fertilizantes as principais fontes. As emissões de metano da pecuária, por exemplo, foram responsáveis por quase 27% das emissões de metano dos EUA em 2021. [3]
Brasil
Na América do Sul, o setor agrícola do Brasil também é um dos maiores emissores de gases de efeito estufa, contribuindo significativamente para o desmatamento e as emissões de carbono. O Brasil emitiu 2,4 bilhões de toneladas brutas de gases de efeito estufa em 2021.
Impacto Global
A poluição climática tem um significativo impacto global, contribuindo para o aumento das temperaturas, eventos climáticos extremos e desequilíbrios nos ecossistemas. As emissões de gases de efeito estufa provenientes de atividades humanas, como a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento, retêm calor na atmosfera, levando ao aquecimento global. Esse fenômeno acelera o derretimento do gelo nas regiões polares, causando a elevação do nível do mar, que ameaça as comunidades costeiras. O Brasil está entre os seis maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, respondendo por 3% do total mundial, atrás da China (25,2%), dos EUA (12%), da Índia (7%), da União Europeia (6,6%) e da Rússia (4,1%). [4]
Portanto, investir no setor agroalimentar a partir de uma abordagem de resiliência climática não é apenas crucial para sustentar a segurança alimentar global, mas também oferece vantagens estratégicas às empresas.

Previsões
As mudanças climáticas levaram a redução na segurança alimentar e hídrica, devido ao aquecimento global nos últimos anos, bem como aos padrões de precipitação e ao aumento da frequência e intensidade de extremos climáticos. De acordo com o “Intergovernmental Panel on Climate Change –IPCC), os riscos à saúde e à produção de alimentos serão agravados pelas perdas repentinas na produção de alimentos ocasionadas pelo extremo calor e seca. [5]
O “Observatório do Clima” enfatiza que as mudanças climáticas devem diminuir a produtividade das culturas brasileiras nas próximas décadas se nenhuma medida de adaptação for tomada, devido ao aumento das temperaturas e à alteração dos padrões de chuvas que afetam culturas importantes como café, soja e cana-de-açúcar.
A produtividade agrícola do Brasil é altamente vulnerável à variabilidade climática, com estudos prevendo que até 2050, a produtividade da soja poderá diminuir cerca de 15%. [6]
Os rendimentos do milho também serão afetados pelas alterações climáticas. [7]


O Plano de Adaptação Climática do USDA ressalta que as mudanças climáticas já estão afetando a produtividade agrícola e pecuária nos EUA, com aumentos projetados em eventos climáticos extremos como secas e inundações, levando a perdas estimadas em bilhões de dólares anualmente. A Quarta Avaliação Climática Nacional estima que, até meados do século, as mudanças climáticas podem levar a declínios na produtividade agrícola de até 10% em certas regiões dos EUA, devido a aumentos de temperatura, padrões de precipitação alterados e degradação do solo.
Dada sua escala, quaisquer melhorias em práticas sustentáveis ou redução nas emissões da produção agrícola e alimentar nos EUA e Brasil podem ter um impacto global profundo. Práticas sustentáveis, como a agricultura com plantio direto, uso eficiente de fertilizantes e práticas agrícolas resilientes - culturas resistentes à seca - podem reduzir a pegada de emissões do setor agrícola, contribuindo para as metas climáticas globais.
Contribuições para o Brasil e os EUA
Brasil
A Política Nacional sobre Mudanças Climáticas — PNMC, criada em 2009, define a estrutura do Brasil para redução de emissões em todos os setores, incluindo a agricultura, com metas específicas para gestão sustentável da terra e diminuição do desmatamento ilegal.
Algumas iniciativas como o RenovaBio, lançado em 2017 pelo setor de energia, aumentaram a produção de biocombustíveis enquanto reduziram as emissões de gases de efeito estufa. O Programa enfatiza o uso de biocombustíveis sustentáveis para reduzir as emissões dos setores de energia e transporte. O RenovaBio incentivou a produção sustentável de biocombustíveis, levando a uma redução significativa nas emissões do setor de transporte do Brasil. Este programa também se integra com as práticas agrícolas, fornecendo mercados alternativos para as culturas de cana-de-açúcar e soja.
Além disso, o Plano ABC+ visa aumentar a resiliência climática na agricultura brasileira por meio da restauração de pastagens degradadas, aumento da captura de carbono e incentivo a práticas sustentáveis. Até 2030, o plano busca reduzir as emissões em 1 bilhão de toneladas de CO₂.
Apoiar as iniciativas de baixo carbono do Brasil representa uma oportunidade para os investidores promoverem reduções substanciais de emissões, obterem acesso a créditos de carbono e apoiarem os compromissos climáticos internacionais do Brasil, contribuindo assim para um sistema agroalimentar global mais sustentável.
Estados Unidos
Desde o lançamento do Plano de Ação para Adaptação e Resiliência Climática do USDA em 2021, as agências de Pesquisa, Educação e Economia do USDA estão ampliando a compreensão dos impactos das mudanças climáticas nos sistemas alimentares e desenvolvendo opções de resposta tanto às consequências de curto quanto às mudanças de longo prazo.
O USDA está comprometido em melhorar a resiliência climática de regiões, frotas e instalações e implementar seus Regulamentos e Diretrizes Departamentais para as operações sustentáveis e adaptáveis ao clima de alguns ativos: terras, edifícios e estruturas. Além disso, os esforços de adaptação climática terão como alvo córregos, rios, lagos e reservatórios para garantir que as florestas e pastagens do país continuem a fornecer água limpa e abundante para as regiões a jusante, mesmo após eventos extremos.
O Serviço de Pesquisa Econômica vem expandindo os recursos alocados para desenvolver tecnologia de dados, aprimorar a capacidade de modelagem e produzir novos resultados de pesquisa que informam sobre como facilitar a adaptação às mudanças nas condições de risco climático, em nível de fazenda e região.
Ao promover iniciativas que combinam a administração ambiental com a produtividade, o setor agroalimentar de ambos os países demonstra um comprometimento com metas climáticas nacionais e internacionais, tornando-se um modelo de desenvolvimento agrícola sustentável.
Nosso Objetivo
Criando Negócios Agroalimentares Resilientes para um Clima em Mudança
Unir pesquisas globais, dados e informações do setor agrícola e alimentar para criar ações práticas que impulsionem a lucratividade, reduzam a pegada de carbono e garantem a segurança alimentar para as gerações futuras.
O Harvest 4 Change visa analisar e desenvolver modelos de negócios sustentáveis que mitiguem os impactos das mudanças climáticas e promovam a inovação. As atividades principais incluem avaliar os aspectos tecnológicos, organizacionais e sociais de diversos modelos de negócio, para aprimorar a gestão global de inovação e dar suporte às políticas públicas para o setor agroalimentar sustentável:
- Promover modelos e estruturas de negócios sustentáveis.
- Entender os desafios e as mudanças por meio de pesquisas esclarecedoras.
- Fortalecer as estruturas políticas e regulatórias.